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FOR(A)UM um espectáculo!!
13.Nov.2006

 

Europarque rendeu-se, no primeiro aniversário

“Eu não posso tocar sozinho...”

Assim começou o espectáculo, no passado Domingo, 12 de Novembro, no Europarque em Santa Maria da Feira.

O responsável pelo apelo foi António Pinheiro, músico, perdão, músico não, filarmónico da Banda de Crestuma, que mais não fez que repetir o que cerca de um ano antes dissera, no fórum em que habitualmente participa no Bandasfilarmónicas.com e que teve como apoio de primeira linha, Ângela Gonçalves, filarmónica da Banda dos Olivais.

No Domingo, tal como há um ano, de todos os lados começaram a surgir respostas ao apelo, e desta vez, não pelo ciberespaço, mas de todos os acessos dos bastidores do grande auditório do Europarque em Santa Maria da Feira, começaram a surgir filarmónicos, entoando os primeiros acordes de um fim de tarde que haveria de ser de sonho, e subindo ao palco, engrossando o lote pouco a pouco, oriundos de mais de 40 filarmónicas nacionais (incluindo os arquipélagos), deram corpo uma vez mais à Banda Fórum.

Da actuação propriamente dita, e porque não me cabe a mim, por manifesta falta de capacidade, avaliar o seu nível técnico (embora o barómetro dos aplausos deixe perceber que a execução das obras agradou de sobremaneira às cerca de 1200 pessoas presentes), importa salientar aspectos, na minha opinião relevantes.

Desde logo, o repertório escolhido, todo ele escrito e/ou arranjado por compositores nacionais (preferentemente inscritos no fórum), que deu oportunidade a que num palco por onde já passaram executantes e obras dos melhores compositores do mundo, estivessem agora, os nossos artistas, as nossa obras.

A primeira parte, começou e terminou com obras de Antero Ávila, um açoreano, também ele filarmónico, também ele executante na Banda Fórum.

A abrir, a marcha O Guicho, que o próprio autor explicou ser dedicada ao Maestro João Dias, e a fechar, a Fantasia Ligeira, que referiu ser inspirada nos seu filhos.

Pelo meio duas obras do compositor e maestro da Banda Fórum, Afonso Alves.

A primeira, Mais Alto e Mais Além, uma excelente composição, que segundo o autor, teve “não uma boa inspiração, mas uma forte inspiração...”, o devastador Tsunami que assolou a Ásia, a segunda, a Fantasia do Minho, um concerto para Bombardino, composto para Steven Mead, numa das suas passagens por solo luso, mas neste concerto, brilhantemente executada por Nuno Costa.

Mas se a primeira parte foi agradável, poucos apostariam no que estava para vir.

A abrir a segunda parte, a rapsódia Memórias do Povo do compositor Alexandre Coelho, que o próprio explicou como sendo “...uma recolha da etnografia e hábitos musicais...” das gentes da sua terra – Nespereira, Cinfães – num estilo menos comum, mas que graças às suas particularidades permitiu que em auxílio dos adufes, saíssem dos bastidores, ao som de dois bombos, quatro “gigantones”, para gáudio da plateia.

Em seguida, momentos ímpares...

A clarinetista Sílvia Magalhães, da Banda da Póvoa, que momentos antes “encostara” o clarinete, entra em palco de vestido negro e xaile pronto a pôr pelas costas, para cantar três fados.

Dois deles imortalizados pela voz da eterna Amália Rodrigues, e um original, Ventos de Esperança.

Mas nem o facto de cantar Amália inibiu a jovem Sílvia, que provou que nem só no clarinete é virtuosa, proporcionando aos presentes um momento fantástico de fado, acompanhado por excelentes arranjos musicais de Afonso Alves.

Seguiram-se Mornas e Coladeras, do mesmo autor, um tema como o nome deixa perceber, inspirado em Cabo Verde e logo depois, de Luís Cardoso o arranjo Xutos Medley.

A fechar a actuação, a marcha Bandasfilarmonicas.com, da autoria de Valdemar Sequeira, que explicou o “baptismo” com “...a necessidade, na altura, de divulgar mais o nome do site.”

Antes porém desta última, lugar a algumas palavras de circunstância, na voz de Mário Cardoso, um dos actuais administradores do site www.bandasfilarmonicas.com, que referiu entre outras coisa, o papel importante de várias pessoas no desenvolvimento do site e consequentemente da Banda Fórum, destacando entre outros, naturalmente e com justiça, os “mentores” Salomão Abreu e Vitor Dias.

E talvez para não advogar em causa própria, “esqueceu” alguém muito importante, ele mesmo.

Não o fez, faço-o eu nestas linhas.

Recordo-me o dia em que com ele comentei da existência do site (porque sendo na época presidente de uma filarmónica, acompanhei de perto a evolução do projecto nos seus primeiros tempos), e em que ele com a sua sagacidade e visão me diz: “Cláudio my friend, conta-me tudo, conta-me tudo...”.

Pouco tempo depois, a empresa Cardoso & Conceição, aparece com parceiro estratégico do site, na senda do que é aliás a sua visão do mundo filarmónico, muito mais que uma simples actividade comercial, uma causa. O resultado...bom, o resultado dispensa comentários.

Um comentário final isso sim, para referir que com este concerto fica provado que no meio filarmónico não há espaços fechados, que todos os projectos são bem vindos, desde que como disse o espanhol, Maestro Petit, haja respeito, que ele entendeu simbolizado no polo que os músicos vestiam, não mais uma farda, não mais um projecto para roubar espaço às bandas, mas sim um para estender e dar a conhecer a importância dessas mesmas bandas.

Para a posteridade, a certeza que mais que algumas dezenas que subiram ao palco, estiveram no Grande Auditório do Europarque, mais de 1200 filarmónicos. Isto porque, ser filarmónico não se esgota na capacidade de fazer ou executar música.

Filarmónico é todo o verdadeiro amigo da música... e os amigos agradecem à Banda Fórum.

Cláudio Oliveira


 
 
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